quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O Tantra que não ensino


O Tantra é um nome genérico para um conjunto de culturas que surgiu na Índia, cuja grande maioria das escolas bebia de fontes não bramânicas, ou seja, não ortodoxas.

Parte deste legado se encontra em escrituras sagradas, e parte dele sobrevive através de mestres que preservam esta belíssima cultura.

A grande maioria das escolas entende o universo e tudo o que o compõe como uma emanação da própria Consciência transcendente e ao mesmo tempo imanente.

Temos muito o que estudar sobre o Tantra e através de livros sérios, já que há muito livro de mau gosto sobre o assunto, para depois emitirmos uma opinião sobre ele.

Sou um admirador do Tantra, estudo sobre ele e procuro praticá-lo dentro do que me é possível. Estou no início de um caminho, dando meus primeiros passos.

Como a palavra Tantra ficou diretamente atrelada ao sexo ritualizado, sexo com maior liberdade, movimentação da energia sexual, sexo com contorcionismo, sexo grupal, massagem sexual, etc. Prefiro deixar claro que não é o que vivo ou ensino.

Acho que esse fenômeno se deu em relação ao Tantra, por um grupo não lidar bem com o sexo, que precisou deixar de ser carnal para se tornar espiritual e assim há quem se sinta melhor com ele.

Não relaciono o Tantra ao sexo. Sexo é algo que certamente faz parte de minha vida, mas não faz parte de minhas práticas tântricas até mesmo porque não é mesmo a proposta do Tantra autêntico.

Não retenho orgasmo, não pratico o famoso e mal compreendido maithuna (não existe maithuna no ocidente  e mesmo na Índia é quase extinto), não movimento energia sexual, enfim não relaciono sexo ao Tantra.

Gosto de estudar sobre a sexualidade dentro do Kama Shastra, os antigos tratados sobre o tema surgidos na Índia. Mas não acho interessante misturar uma coisa com a outra, pois de fato não há essa relação.

Se deseja conhecer mais sobre o Tantra leia as obras de Swami Sivananda, Swami Satyananda (o de Bihar, discípulo do S. Sivananda), Ramakrishna, Swami Lakshmanjoo, Swami Dayananda. E melhor, observe como se comportam os discípulos mais antigos e próximos destes mestres e aprenda através destes exemplos. Tenho certeza de que não encontrará entre eles qualquer pratica que se relacione com essa visão deturpada em relação ao Tantra.










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