terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Índia e Nepal 2013

Mais um grupo interessado e do bem em uma viagem enriquecedora e repleta de momentos marcantes, ocorrida entre outubro e novembro deste ano. 

A Mãe Índia se revelou a cada um à sua maneira, com suas surpresas e revelou a magia que pulsa em cada uma de suas esquinas.






Índia 2012 - Sozinho da estrada

No ano passado decidi permanecer sozinho na Índia, quando o grupo retornou.  Eu sabia que seria uma viagem bem diferente daquelas que estou acostumado a fazer. Podendo acordar todos os dias às 4 ou 5 da manhã como gosto de fazer quando estou só pelo país e assim cumprir meu dinacharya e sadhana, aproveitar as primeiras cerimônias nos templos ou práticas de Yoga nos ashrams e me manter distante das compras por uma boa parte da viagem.

O meu amor pela Índia aumentava nessa viagem. Cruzei todo o Rajasthan e segui depois para Rishikesh, Dehradun e Devprayag onde pude praticar Yoga nos ashrams em regime intensivo e me tratar de uma lombalgia no centro de Ayurveda do doutor Munnilal Maurya.

Foram muitas aventuras, a Índia não é fácil mesmo para quem voltava pela quarta vez ao país como eu.

Estou finalizando um livro que recolhe uma série de histórias vividas na Índia, das mais profundas e tocantes às mais estapafúrdias. Estou finalizando enquanto preencho suas páginas com a coleção de momentos vividos no país há 2 meses atrás e não vejo a hora de concluí-lo.

Ainda existe um lugar dentro de mim onde fico sozinho e em absoluto silêncio enquanto contemplo o sol se pondo sobre a cidade azul...







quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O Tantra que não ensino


O Tantra é um nome genérico para um conjunto de culturas que surgiu na Índia, cuja grande maioria das escolas bebia de fontes não bramânicas, ou seja, não ortodoxas.

Parte deste legado se encontra em escrituras sagradas, e parte dele sobrevive através de mestres que preservam esta belíssima cultura.

A grande maioria das escolas entende o universo e tudo o que o compõe como uma emanação da própria Consciência transcendente e ao mesmo tempo imanente.

Temos muito o que estudar sobre o Tantra e através de livros sérios, já que há muito livro de mau gosto sobre o assunto, para depois emitirmos uma opinião sobre ele.

Sou um admirador do Tantra, estudo sobre ele e procuro praticá-lo dentro do que me é possível. Estou no início de um caminho, dando meus primeiros passos.

Como a palavra Tantra ficou diretamente atrelada ao sexo ritualizado, sexo com maior liberdade, movimentação da energia sexual, sexo com contorcionismo, sexo grupal, massagem sexual, etc. Prefiro deixar claro que não é o que vivo ou ensino.

Acho que esse fenômeno se deu em relação ao Tantra, por um grupo não lidar bem com o sexo, que precisou deixar de ser carnal para se tornar espiritual e assim há quem se sinta melhor com ele.

Não relaciono o Tantra ao sexo. Sexo é algo que certamente faz parte de minha vida, mas não faz parte de minhas práticas tântricas até mesmo porque não é mesmo a proposta do Tantra autêntico.

Não retenho orgasmo, não pratico o famoso e mal compreendido maithuna (não existe maithuna no ocidente  e mesmo na Índia é quase extinto), não movimento energia sexual, enfim não relaciono sexo ao Tantra.

Gosto de estudar sobre a sexualidade dentro do Kama Shastra, os antigos tratados sobre o tema surgidos na Índia. Mas não acho interessante misturar uma coisa com a outra, pois de fato não há essa relação.

Se deseja conhecer mais sobre o Tantra leia as obras de Swami Sivananda, Swami Satyananda (o de Bihar, discípulo do S. Sivananda), Ramakrishna, Swami Lakshmanjoo, Swami Dayananda. E melhor, observe como se comportam os discípulos mais antigos e próximos destes mestres e aprenda através destes exemplos. Tenho certeza de que não encontrará entre eles qualquer pratica que se relacione com essa visão deturpada em relação ao Tantra.










quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Índia 2013! Vamos juntos!


Você é meu convidado para irmos juntos ao país que tanto amo. Estou organizando uma viagem para o período entre outubro e novembro de 2013. Serão 15 dias de viagem, com um roteiro que irá revelar o melhor da Índia, permitindo que cada um tenha suas próprias experiências.

Yoga em Rishikesh (aula sobre os benefícios dos mudras)

Ayurveda em Haridwar (Aula sobre princípios da nutrição)

Desejando me acompanhar nessa trip, basta me contactar pelo e-mail: goulart.fabio@gmail.com

Bem vindo!

Namastê!

Retornando à Índia (2012).

Acabo de retornar de meu segundo país. É assim que sinto minha relação com a Índia que não me é mais um país exótico, é um país que faz parte de minha vida, não há mais estranhamento, estou acostumado com tudo por lá.

Este país sempre moveu algo dentro de mim desde muito cedo e quando estou por lá me sinto em casa. 

Mesmo me sendo um ambiente que hoje sinto como algo familiar, íntimo, onde reencontro amigos... ainda assim a Índia me encanta.

Esta minha visita ao país foi um pouco diferente das demais. Quando comprei minhas passagens eu não sabia ainda para onde ir - sul, norte, bengala? Eu passava muito tempo com o mapa na mão, circulando os locais que queria conhecer ou revisitar. O único local que eu precisaria estar era Rishikesh, pois lá eu teria um treinamento em massagem e Yoga com um professor e aproveitaria para estudar em outras escolas das quais gosto muito, adquirir material para pesquisas, etc. Mas meu roteiro estava em aberto, eu estava deliciosamente sem rumo e foi assim que eu cheguei na Índia, sem rumo, perdido, sem ter a mínima noção sobre meu percurso e paradeiro.

Na parte externa do aeroporto, quando fui pegar uma condução, um casal de suíços me abordou e contou que ambos pagaram pelos serviços de uma operadora de viagem indiana, ainda em seu país, e que ao chegarem ali ninguém foi encontrá-los e agora ninguém mais os atende na operadora. Estavam irritados, decepcionados com a Índia, tristes. Eu lhes convenci que a Índia é maravilhosa e os auxiliei com a viagem deles, os colocando em contato com um amigo que possui uma operadora no país e de forma impressionante, questão de 5 minutos,  um motorista de uma das empresas de táxi ali mesmo do aeroporto surgiu com uma página impressa com o nome de um deles e o nome da empresa do meu amigo. Lá tudo é assim, as pessoas são muito solícitas, eficientes quando querem e nos surpreendem muito. Mas por outro lado há muitos espertalhões.

Peguei um taxi para a casa de um amigo onde ficariam minhas malas, tomei café da manhã com ele e segui para não sei onde.

Eu sabia que a Índia estaria em festa em 2 dias. Os celebrados cinco dias do  Diwali, "festival das luzes", se iniciariam. Segui para a estação de trem da Velha Delhi e não sabia se iria para Varanasi ou para Jaisalmer. Eu estava ciente de que provavelmente não haveriam mais passagens nas classes que eu gostaria, então compraria em qualquer uma, queria é embarcar. Há uma classe para quem não fez reservas, mas ninguém garante que irá sentado, a não ser no chão. Um amigo indiano ficou apavorado quando eu disse que iria viajar desta forma e disse que nunca viajou nesta classe. Minhas viagens durariam entre 8 e 17 horas em cada trem, tente imaginar então!

Entrei em uma fila lenta, onde pessoas se acotovelavam e se espremiam e quando cheguei no guichê o rapaz disse que não era ali onde eu poderia comprar minhas passagens. Fui para outro guichê, e outro, e outro e quando me dei conta já havia visitado todos os guichês da imensa estação. Não sabiam como eu compraria os bilhetes ou não tinha coragem de me deixar embarcar naquele esquema? Eu estava exausto quando um homem me ofereceu passagens de ônibus para Jodhpur, a cidade azul,  local para o qual decidi ir ali mesmo no meio da confusão. 

Comprei a passagem de ônibus, embora no catálogo que me foi apresentado o ônibus com leitos fosse bem interessante, eu sabia que poderia não ser nada daquilo, porque já conhecia bem como funcionam essas ofertas na Índia. Como o ônibus sairia apenas às 20:00 h e era por volta das 15 horas, precisei queimar tempo por ali mesmo na Velha Delhi.

Eu estava com muita dor no início da viagem, uma lombalgia adquirida por usar um chão rígido em uma escola onde dava aulas de Yoga. Com o tratamento ayurvedico que me foi dado pelo dr Maurya em Rishikesh, eu simplesmente estava há dias sem dor. Com a dor eu não iria para a Velha Delhi... 

Eu gosto da confusão daquele local, me divirto sempre, mas neste dia eu tinha enfrentado as 20 horas de voo e andado muito, estava exausto e sabia que enfrentaria 14 horas de ônibus até Jodhpur. Fui em direção ao Lal Quila, forte vermelho, para descansar em seu parque um pouco e ao chegar lá havia um festival de cultura Urdu com apresentações de música clássica, eu deitei numa cadeira, não posso nem dizer que sentei... fiquei fazendo umas fotos, até que um menino exclamou atrás de mim: nice picture! Começava ali uma das coisas que amo na Índia que é essa coisa amistosa que as pessoas tem. Você faz milhares de amigos, pessoas que parecem ser amigos de anos em poucos minutos de conversa. O menino me contou toda sua vida, disse ter vindo de Lucknow para estudar e trabalhar em Delhi e conversamos tanto que quando me dei conta estava no horário de meu ônibus.

Corri para o local do embarque, corri mesmo e ainda entrei numa ruela apinhada de pessoas e barracas vendendo luzes decorativas para o festival. Atrasado e preso numa rua que mais parecia um combate entre dois grandes exércitos, eu dava dois passos para frente e três para trás no meio do empurra-empurra. Resolvi sair dali, tomando rapidamente o rumo de volta e fiz algo que não gosto: tomei um Rickshaw, aqueles carrinhos com um homem pedalando. Eu não me sinto muito confortável sendo levado por alguém que está fazendo um esforço para pedalar... me causa um mal estar. Cheguei a tempo de entrar no ônibus e claro que não era o lindo ônibus do catálogo, era de tosco para baixo. Mas não me importei, forrei meu leito e adormeci em poucos minutos. 

Chegando em Jodhpur me senti penetrando algo que não existe, aquilo ali não poderia ser real, uma cidade azul em meio ao deserto. Posso encher muitas páginas com as histórias vividas nesta cidade, o que farei em um livro que estou escrevendo, mas posso dizer que após ficar alguns dias nesta cidade, quando precisei seguir viagem, eu não queria... queria ficar mais, muito mais dias!

Logo em seguida visitei Jaisalmer que acredito ser a cidade mais linda do mundo! As histórias que surgiram em Jaisalmer são muitas, mas preciso dizer que visitar o deserto, onde a Índia termina, foi algo que deixou sem ar e estou até hoje ligado àquele lugar. Para que tenha idéia, não quis ir embora ao anoitecer, passei a noite com cuidadores de camelos lá mesmo, tomando chá, conversando sobre quase nada, olhando o céu mais belo do mundo, as milhares estrelas cadentes, a via láctea tão viva, tão brilhante! Os tons do crepúsculo e aurora são únicos por lá, meditando, dançando, me deitando naqueles infinitos montes de areia... ficando só como nunca, tão só como nunca havia ficado e extasiado com isso!

Seguem algumas fotos desta viagem:

 Nice Picture! O primeiro amigo... o início de tudo!
 Jodhpur
Ruínas de um templo em meio a floresta em Osiyan


 O sagrado Ganges em Rishikesh - Polo Mundial do Yoga
 Jaisalmer - Um Oasis!

Deserto de Thar


Yoga em Petrópolis

O Yoga Nidhi está localizado no coração da cidade e oferecendo o Yoga de forma especial, de forma que outras atividades culturais contribuam para o desenvolvimento de nossos alunos.

Nossa escola se relaciona com escolas da Índia de onde vem o conteúdo de nossas aulas.

O Yoga Nidhi é um núcleo de cultura, abastecido pelo Yoga e culturas relacionadas. Um lugar ideal para quem deseja conhecer o Yoga a fundo.

Espaço Cultural Yoga Nidhi
R. Alencar Lima, 35. Sala 407.
(24) 2244 8799
(24) 8825 7791